O quintal como unidade de medida portuguesa equivale a quatro arrobas. Na Inglaterra e Estados Unidos também é usado como unidade de medida de equivalência complexa para a cubagem de volume: quintal curto, métrico, longo ou britânico.
O quintal, como pequena propriedade rural portuguesa (ou uma pequena quinta), se traduziu no Brasil em quintal como área dos fundos da residência brasileira onde se plantavam frutas e hortaliças, onde se abrigava a “casinha” para higiene pessoal e a área de cozinha, para tratar e defumar as carnes, lavar a roupa, guardar a charrete e o cavalo. Uma área reservada e acessada apenas pelos habitantes da casa.
Com a evolução das cidades, o quintal passou a ser aberto para pequenas reuniões de lazer, almoços de família, mas com acesso ainda reservado e íntimo.
O quintal se transforma em lugar seguro para brincadeiras de criança, correndo atrás de galinhas, subindo em árvores, alinhando pedras, cavando buracos, procurando tesouros escondidos.
É a esse quintal que Gustavo se refere quando se coloca à frente de formas e corestecidas na memória.
Cores saturadas para objetos ordinários, para que não sejam esquecidos no tempo, arquiteturas precárias com intenções de sonho, resistindo no espaço. Tecidos revirados rememorando movimentos de corpos.
O quintal é seu espaço de recuperação de emoções sem filtro de tempo, território, licença ou direitos.
Uma unidade de medida do cotidiano que ele captura desde sempre no seu espaço mais intimo que é a sua terra.
Rosely Nakagawa